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Mianmar afirma disposição de prestar ajuda 'humanitária' aos imigrantes

Na terça-feira, as Nações Unidas alertaram sobre a presença de 2 mil imigrantes rohingyas em barcos abandonados diante da costa de Mianmar

Yangon, Mianmar - Mianmar anunciou nesta quarta-feira sua "disposição de proporcionar ajuda humanitária" aos imigrantes abandonados no mar há dias, enquanto vários de seus vizinhos do sudeste da Ásia se reúnem para analisar a situação.

O ministério birmanês das Relações Exteriores informou em um comunicado publicado na imprensa oficial que o país está disposto a proporcionar ajuda humanitária "a todos que têm sofrido no mar".

Na terça-feira, as Nações Unidas alertaram sobre a presença de 2 mil imigrantes rohingyas em barcos abandonados diante da costa de Mianmar.

"Estão retidos durante mais de 40 dias em ao menos cinco barcos nas costas de Mianmar e de Bangladesh", disse à AFP a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Vivian Tan.

Confrontados com a violência sectária e leis discriminatórias, milhares de rohingyas, minoria muçulmana em uma nação majoritariamente budista, optam por fugir de Mianmar por mar rumo à Malásia, no que tem sido o maior êxodo na região desde o fim da guerra do Vietnã, em meados dos anos 70. O fenômeno também atinge cidadãos bengaleses que fogem da pobreza.



Até recentemente, dezenas de milhares de pessoas em busca do exílio transitavam a cada ano pelo sul da Tailândia, ponto de passagem para a Malásia e além, mas Bangcoc decidiu punir de maneira mais severa os traficantes depois de descobrir fossas comuns com os corpos de imigrantes clandestinos em plena selva, e os criminosos passaram a buscar rotas alternativas.