"Eu não consigo mais me interessar (...) Muitas pessoas tentam me incentivar, mas elas esquecem que o problema é a inspiração", acrescenta. Esta "reflexão sobre minha saída já vem há muito tempo", mas o caricaturista disse que após o ataque "continuou por solidariedade, para não deixar ninguém para baixo. Só que chega um ponto que fica muito difícil de suportar".
Após sua saída, ele deverá se dedicar aos "livros. Dar um tempo" e "reler a Bíblia", antes de acrescentar: "Não, eu estou brincando". "Em poucos meses eu não serei Charlie Hebdo, mas eu sempre serei Charlie", resumiu Luz, que se tornou a estrela do jornal satírico. Ele assegurou que a sua decisão não tem nada a ver com as divisões internas vividas na revista há várias semanas.
Em abril, quinze funcionários - incluindo Luz - de um total de vinte, exigiu uma nova direção e e um estatuto de "trabalhadores acionistas", contestando o uso das doações recebidas desde o ataque em janeiro.
Último incidente, um dos jornalistas da Charlie Hebdo, Zineb El Rhazoui, revelou na semana passada que foi chamado para uma reunião antes de sua demissão. A administração, no entanto, garantiu se tratar apenas de uma reunião para lembrá-lo de suas "obrigações" profissionais.