A Líbia deteve neste domingo 400 migrantes ilegais que se preparavam para partir à Europa, anunciou a agência líbia responsável pelo combate à imigração ilegal.
Estas detenções ocorrem na véspera de uma reunião de ministros das Relações Exteriores e de Defesa da União Europeia em Bruxelas, que discutirá uma operação naval contra os traficantes que operam no Mediterrâneo, sobretudo na costa líbia.
[SAIBAMAIS]Os migrantes, provenientes em sua maioria da Somália e da Etiópia, foram detidos na madrugada deste domingo (17/5) quando se preparavam para embarcar em Tajura, uma pequena cidade a leste da capital, informou à AFP Mohamed Abdel Salam al Qoeiri, porta-voz da agência de combate à imigração ilegal, que depende do governo líbio em Trípoli, não reconhecido pela comunidade internacional.
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Entre os presos estão várias mulheres grávidas, acrescentou.
Um fotógrafo da AFP viu quando dezenas de migrantes chegaram de carro a Trípoli, antes de serem levados para um centro de detenção.
"Nos prenderam e nos trouxeram para cá. A razão pela qual eu fugi do meu país é que ele está em guerra e não há governo", explicou Adam Abdullah Ibrahim, um somali. "Paguei 1.400 dólares para chegar a Trípoli. Permaneci em uma casa por dois meses antes de pagar mais 1.400 dólares para ir à Itália".
Os traficantes tiram vantagem do caos que tomou conta da Líbia desde a queda de Muammar Khaddafi, em 2011, para transportar migrantes para suas costas e atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa em barcos improvisados.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 34.500 migrantes chegaram à Itália este ano e cerca de 1.770 morreram ou desapareceram no mar.
Para combater o enorme fluxo de migrantes provenientes de países africanos, da Síria e de outras zonas de conflito, a UE pretende lançar uma operação naval contra os traficantes e espera conseguir a aprovação da ONU.