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Tailândia exuma 26 corpos de cemitério clandestino de imigrantes ilegais

Autoridades encontraram esqueletos e corpos de pessoas que morreram há poucos dias. O chefe da polícia nacional descreveu o acampamento de passagem com uma "prisão"

Bangladesh - Vinte e seis corpos foram retirados de um cemitério clandestino em plena selva no sul da Tailândia, provavelmente de imigrantes ilegais de Mianmar ou de de Bangladesh vítimas de traficantes. Apenas duas pessoas sobreviveram no local, segundo a polícia. "Temos 26 corpos no total", anunciou à AFP Jarumporn Suramanee, diretor da polícia científica.



Os rohingyas tentam fugir para a Malásia. A existência destes acampamentos na selva do sul da Tailândia "não é uma surpresa", lamentou neste sábado a ONG Human Rights Watch (HRW). Em janeiro, a junta militar que governa a Tailândia anunciou a investigação de vários funcionários por tráfico de seres humanos.

A HRW denunciou que o problema do tráfico de seres humanos está "fora de controle" na Tailândia e solicitou uma investigação internacional. Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, os refugiados têm que pagar aos traficantes para conseguir sair dos acampamentos instalados na selva e atravessar a fronteira malaia. Caso não paguem, eles são abandonados na selva.

[SAIBAMAIS]

A polícia tailandesa acredita que os outros integrantes do grupo foram levados para o território malaio e que os traficantes abandonaram os mortos e os dois feridos. Os dois sobreviventes, de 25 e de 35 anos, foram atendidos em um hospital de Pedang Besar, mas os médicos impediram qualquer contato com a imprensa. "O mais velho não conseguia andar", disse o médico Kwanwilai Chtpitchayanku à AFP.

O médico afirmou que o homem de 35 anos explicou que teve quadros de febre nos últimos dois meses na selva, o que confirmaria que os dois homens passaram muito tempo detidos. Milhares de rohingyas fugiram de Mianmar após uma violenta onda de violência religiosa em 2012.

Os confrontos entre budistas da minoria rakhin e os rohingyas muçulmanos deixaram mais de 200 mortos e 140.000 deslocados no estado de Rakhin (sudoeste), em sua maioria muçulmanos que vivem em campos, sem acesso a cuidados médicos, educação ou trabalho.