O fracasso das potências mundiais em liderar o desarmamento nuclear ameaça frustrar a revisão do Tratado de Não Proliferação (TNP) prevista para começar na próxima semana, advertiu nesta quarta-feira a ONU.
Os 190 países que firmaram o TNP participarão, a partir de segunda-feira, de um Congresso nas Nações Unidas no qual analisarão - durante um mês - como promover a retomada do desarmamento nuclear.
"Vivemos um bloqueio no caminho para um mundo sem armas nucleares", disse Angela Kane, titular do Alto Comissariado da ONU para o Desarmamento.
"Os estados com armas nucleares não estão cumprindo sua parte no trato", declarou Kane em reunião organizada pelo Instituto Paz Internacional.
O TNP foi firmado como um pacto de garantia entre as cinco potências nucleares - Grã-Bretanha, China, França, Rússia e EUA - e os países sem armas atômicas que concordaram em abandonar suas ambições nucleares em troca da promessa de desarmamento.
Mas 45 anos após sua entrada em vigor, os países sem armas nucleares se sentem cada vez mais enganados com o pacto, disse Kane, advertindo que os próximos cinco anos serão cruciais para que o TNP recupere sua credibilidade.
A frustração sobre a lentidão do desarmamento envolve especialmente Estados Unidos e Rússia, que realizaram poucos esforços para reduzir seus arsenais desde 2011.
A proposta de se estabelecer uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio fracassou, apesar da iniciativa lançada durante a última reunião sobre o TNP, em 2012.