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Noruega quer vetar acesso de empresas poluidoras a seu fundo soberano

A nova regra está alinhada com as recomendações feitas por especialistas em um informe publicado em dezembro, embora suas conclusões tenham deixando ambientalistas e a oposição desapontadas

A Noruega anunciou nesta sexta-feira (10/4) que vai impedir seu fundo estatal de pensões, o maior fundo soberano do mundo, de investir em empresas poluidoras.

Em seu livro branco anual sobre a gestão do fundo, o governo conservador da Noruega propôs "introduzir um novo critério para excluir empresas cuja conduta a um nível inaceitável esteja vinculada às emissões de gases estufa". A proposta não menciona nominalmente nenhuma empresa.

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A nova regra está alinhada com as recomendações feitas por especialistas em um informe publicado em dezembro, embora suas conclusões tenham deixando ambientalistas e a oposição desapontadas.

Eles gostariam de ver o fundo - avaliado em ; 835 bilhões (US$ 885 bilhões), alimentado pela receita da indústria estatal de petróleo norueguesa - destituído de todos os títulos de companhias relacionadas com combustíveis fósseis.

Ao contrário, o informe dos especialistas recomendou que o fundo atue com base em uma análise caso a caso e que use seu papel como acionista para melhorar as práticas corporativas.

O fundo soberano, que no fim de dezembro controlava 1,3% da capitalização no mercado internacional, já é regido por estritas regulamentações éticas, que impedem investimentos em fabricantes de armas "particularmente desumanos", na indústria do tabaco e em companhias consideradas culpadas de violação de direitos humanos, de causar sérios danos ambientais ou de corrupção.

O livro branco também propôs um aumento na proporção de investimentos "verdes", pedindo entre 30 e 60 bilhões de coroas (entre US$ 3,7 bilhões/; 3,5 bilhões e US$ 7,4 bilhões/; 7 bilhões). O teto atual é de 50 bilhões de coroas.