Paris - O líder histórico da extrema-direita francesa Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional, afirmou que sua filha, Marine, atual presidente da FN, está "dinamitando o próprio partido".
Nos últimos dias foi declarada uma guerra aberta entre Jean-Marie Le Pen, presidente de honra da FN, e sua filha a respeito de declarações do fundador do partido, chamadas de "provocação" e de "suicídio político" por Marine Le Pen. "A senhora Le Pen está dinamitando o próprio partido", disse o presidente de honra da FN.
"Não sou eu, ela é a que está cometendo suicídio, está dando um tiro no pé", disse Jean-Marie Le Pen à rádio RTL, antes de se declarar "atônito" com a reação da filha.
Marine Le Pen anunciou na quinta-feira a abertura de um processo disciplinar contra seu pai, ao qual pede que renuncie a suas "responsabilidades políticas. Me defenderei e provavelmente atacarei", afirmou o pai nesta sexta-feira.
Marine Le Pen assumiu a presidência da FN em 2011 e, desde então, tenta apresentar uma imagem mais moderada do partido, com muito cuidado para evitar a associação com o antissemitismo.
Muito conhecido por suas provocações, Jean-Marie Le Pen, de 86 anos, repetiu, no entanto, na semana passada que as câmaras de gás eram "um detalhe" da Segunda Guerra Mundial, um comentário que já rendeu várias condenações da justiça.
Nos últimos dias defendeu o marechal Philippe Pétain, líder do regime de Vichy que colaborou com os nazistas, em uma entrevista à revista de ultradireita Rivarol.