Tikrit, Iraque - As forças governamentais iraquianas garantiam a segurança das ruas de Tikrit, enquanto perseguem os últimos integrantes do grupo Estado Islâmico que ainda resistem, depois desta cidade ter sido libertada na véspera do jugo dos jihadistas.
"As forças de segurança iraquianas controlam 95% da cidade, mas ainda há confrontos esporádicos", afirmou nesta quarta-feira um coronel iraquiano.
"Ainda há franco-atiradores e inúmeros prédios estão cheios de explosivos", explicou à AFP Karim al Nuri, da organização Badr, uma das principais milícias xiitas do Iraque, admitindo que a cidade não está completamente livre de jihadistas, principalmente no bairro de Qadisiya, norte de Tikrit.
Nas zonas libertadas, equipes da prefeitura foram enviadas para limpar as ruas e restaurar os serviços básicos em uma cidade devastada. As bandeiras do EI foram retiradas.
Nenhuma informação foi fornecida sobre o número de jihadistas mortos, feridos ou capturados, e o governo não proporcionou qualquer balanço desde o início da ofensiva, em 2 de março.
O primeiro-ministro Haider al Abadi apenas anunciou na véspera, no Twitter, a libertação de Tikrit e felicitou as forças de segurança iraquianas.
No entanto, a coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate os jihadistas, alertou que o EI ainda controlava setores da cidade.
Esta conquista ocorre quase um mês após o início, em 2 de março, da ofensiva, a mais importante contra os jihadistas desde que, em junho do ano passado, o EI assumiu o controle amplas áreas no Iraque, sobretudo na região norte.
As principais milícias das Unidades de Mobilização Popular desempenharam um papel chave em operações contra o EI em diversas áreas ao norte de Bagdá, mas foram acusadas de cometer abusos e de execuções sumárias.
A segurança dentro e nas proximidades de Bagdá melhorou de forma significativa durante a batalha contra o EI, sobretudo porque os jihadistas se viram obrigados a lutar em outras frentes.
O ministro da Defesa iraquiano, Khaled al Obaidi, por sua vez, se reuniu com os chefes de exército para preparar a reconquistada da província de Nínive, mais ao norte, cuja capital, Mossul, é o quartel-general do EI no Iraque.
Para o EI, a perda de Tikrit, uma cidade de maioria sunita e que foi reduto do falecido ditador Saddam Hussein, acentuará o isolamento de Mossul. Mas a retomada de Mossul poderá ser mais complicada que a de Tikrit, segundo os especialistas.
A batalha por Tikrit se beneficiou do fato de que uma grande parte da população, 200.000 pessoa antes da guerra, fugiu da cidade, segundo Zaid al Ali.
"Mossul continua muito povoada, o que complicará muito as coisas", considera o especialista.