O Vaticano confirmou nesta terça-feira a nomeação, por parte do papa Francisco, do bispo chileno Juan de la Cruz Barros, acusado de acobertar abusos sexuais, afirmando que não há "razões objetivas" para não fazê-lo.
A decisão foi questionada por muitos setores da Igreja e gerou protestos no Chile.
"Antes da recente nomeação de Juan de la Cruz Barros como bispo de Osorno (no sul do Chile), a Congregação de Bispos (que avalia o perfil do indicado antes do envio de seu nome ao papa) estudou com atenção a candidatura do prelado e não encontrou razões objetivas para bloquear a designação", justificou a Santa Sé em um breve comunicado.
A designação de Juan de la Cruz Barros há dois meses gerou polêmica entre os especialistas do Vaticano e protestos no Chile. Um grupo de 51 deputados chilenos chegou a enviar uma carta a Roma para pedir a reconsideração da nomeação.
A escolha de Barros é questionada por seus laços com o padre Fernando Karadima, um influente formador de bispos, considerado culpado pelo Vaticano em 2011 de ter cometido abusos sexuais. Karadima se retirou para "uma vida de oração e penitência".
Barros nega as acusações.
Este mês, a cerimônia de consagração do bispo na cidade do sul do Chile foi interrompida várias vezes por insultos e vaias. Do lado de fora da catedral, centenas de pessoas se reuniram para protestar.