Aden - A milícia xiita huthi enviou nesta segunda-feira (23/3) novos reforços ao sul do Iêmen, com o objetivo de tomar a cidade de Aden, onde está o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, após fugir da prisão domiciliar na capital Sanaa.
Os huthis continuam sua ofensiva, apesar do apelo das Nações Unidas para que se reconheça a "legitimidade" do presidente e se preserve a "unidade" do país. Segundo fontes de segurança, o avanço das milícias tem encontrado resistência de tribos hostis.
Em Taez (sudoeste), terceira maior cidade do país, milhares de pessoas voltaram a protestar nesta segunda-feira no entorno das instalações das forças especiais. A multidão reivindicava a saída dos comandantes dessas unidades, considerados favoráveis aos huthis - relataram várias pessoas que participaram do ato.
Quatro manifestantes ficaram feridos por disparos no final do dia, quando as forças de segurança tentavam dispersar uma nova manifestação, disseram testemunhas à AFP.
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Na véspera, um manifestante morreu, e cinco ficaram feridos depois que milicianos xiitas dispararam contra as pessoas que se mobilizaram para impedir a tomada de Taez. Depois de assumirem o controle do aeroporto e da base militar anexa, os huthis agora tentam controlar a totalidade dessa cidade, segundo várias fontes.
Nesta segunda, o ministro saudita das Relações Exteriores, Saud al-Faysal, pediu aos huthis que ponham fim a seu "golpe de Estado", saiam de "todos os prédios públicos" e permitam o "restabelecimento do governo legítimo".
No domingo, o Conselho de Segurança da ONU voltou a oferecer seu apoio a Hadi e defendeu a necessidade de se preservar "a unidade" do Iêmen. Hadi é respaldado pelos países sunitas do Golfo, incluindo a Arábia Saudita.
Já os huthis contam com o apoio do Irã, potência xiita regional, e têm poderosos aliados no Exército, entre os homens fiéis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh. Ele governou o país entre 1978 e 2012 e apoia os milicianos contra o presidente Hadi.