Um juiz dos Estados Unidos ordenou ao governo que divulgue fotos que mostrem abusos contra os detidos no Iraque e no Afeganistão, em um novo capítulo de uma novela judicial que começou em 2004.
Em um mandato emitido em Nova York na sexta-feira, o juiz federal dos Estados Unidos, Alvin Hellerstein, deu ao governo dois meses para decidir como responderá a esta ordem antes de as fotos serem divulgadas.
O caso foi apresentado pela União pela Defesa das Liberdades Civis dos Estados Unidos (ACLU) que argumenta que a difusão das fotos é "necessária para o debate nacional sobre a responsabilidade do governo em matéria de abuso aos prisioneiros".
O governo dos Estados Unidos se opôs a divulgar as imagens argumentando que poderiam provocar uma reação violenta e colocar em alto risco de ataque as forças de segurança e os funcionários americanos no exterior.
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[SAIBAMAIS]Há dez anos a ACLU tenta que as fotos sejam publicadas, mas em 2009 o Congresso aprovou a lei de proteção para os documentos de segurança nacional, que permite ao secretário de defesa dos Estados Unidos impedir a divulgação de documentos que podem pôr em risco seus funcionários.
Na decisão de sexta-feira, Hellerstein disse que o governo dos Estados Unidos ofereceu justificativas insuficientes para tentar impedir a publicação das fotos, de acordo com a lei de 2009.
A decisão pede a publicação de aproximadamente 2.000 fotos, entre elas imagens de soldados apontando pistolas e rifles para as cabeças de presos encapuzados e algemados.
O porta-voz do Pentágono, o tenente-coronel Myles Caggins disse que o Departamento de Defesa estava "estudando o mandato do juiz e dará as respostas adicionais por meio de documentos nos tribunais".