"Há uma tragédia humanitária pelos desaparecimentos forçados", disse Mario Patrón, do Centro ProDH, ao falar em Washington durante uma audiência da CIDH sobre desaparecimentos no México.
Patrón acrescentou que se trata de uma das piores consequências da chamada guerra contra o crime organizado neste país na última década.
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Na opinião deste defensor dos direitos humanos, a impunidade generalizada como resultado das falhas nas investigações "criou um contexto de permissividade" sobre os casos de desaparecimentos forçados, somado à ausência de uma figura legal sobre desaparecimentos.
A ativista Irma Hidalgo destacou que o desaparecimento forçado de 43 estudantes no ano passado em Iguala, no estado de Guerrero (sul), "ocorreu porque nunca procuraram nossos familiares, porque nunca deram atenção às nossas demandas".
Hidalgo, do grupo Forças Unidas por Nossos Desaparecidos no México, lembrou que se estima que o número de pessoas cujo paradeiro é desconhecido chegue a mais de 26.000 nos últimos sete anos.
"Precisamos encontrar a verdade. O México é um enorme cemitério, vivemos entre os mortos", comentou Hidalgo.
Enquanto isso, o ativista Gabino Gómez, do Centro de DH das Mulheres, lembrou que só no estado de Guerrero foram localizadas 200 fossas clandestinas nas quais se encontraram 299 corpos, embora apenas 40 tenham sido identificados.
"É surpreendente que não se saiba com exatidão quantos são os desaparecidos, nem que haja uma resposta política à altura do desafio", disse Viviana Krsticevic, do Centro pela Justiça (CEJIL).