A revista francesa Paris Match publicou nesta quinta-feira (19/3) fotografias dos cadáveres dos irmãos Kouachi, autores do atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo no último 7 de janeiro, afirmando tratar-se de "fotos históricas" que os "franceses têm direito de ver".
"É preciso parar de infantilizar a opinião pública, os franceses têm o direito de ver isso, é um drama nosso", declarou à AFP Olivier Royant, diretor de redação da Paris Match.
"Não se trata de sensacionalismo", justificou. "São documentos inéditos que nós consideramos históricos. É o capítulo final da aventura destes dois irmãos, era importante que essas fotos fossem publicadas".
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Três fotos, publicadas pela revista nesta quinta-feira, mostram os cadáveres de Cherif e Said Kouachi, autores do ataque contra o jornal Charlie Hebdo, em frente à gráfica onde eles estavam escondidos no nordeste de Paris, na sexta-feira 9 de janeiro - quando foram mortos após perseguição policial.
Duas delas foram publicadas em preto e branco por serem "muito fortes" coloridas, explicou Olivier Royant à rádio Europe 1. A terceira, a cores, mostra o corpo de Cherif Kouachi jazendo sobre o chão sujo de sangue e cercado de homens da polícia nacional.
"O terrorismo também é sangue. Seria errado fazer as pessoas acreditarem que se trata de uma guerra em que há apenas metal amassado", argumentou Royant.
Questionado sobre a origem das fotos, o editor-chefe da Paris Match disse que elas foram "levadas por alguém que não é jornalista profissional". "Elas não foram fornecidas a nós pela polícia" e "não pertencem ao registro de julgamento", acrescentou.
Em 7 de janeiro, os irmãos Kouachi atacaram a sede do semanário Charlie Hebdo e mataram a tiros doze pessoas.
No dia seguinte, uma policial municipal foi baleada no subúrbio ao sul de Paris por outro jihadista, Amedy Coulibaly que, em 9 de janeiro, sequestrou vinte pessoas e matou quatro clientes em um supermercado kasher.