O Brasil é o convidado de honra no Salão do Livro de Paris-2015, a ser realizado entre 20 e 23 de março, e a vitalidade da literatura brasileira estará à mostra para os leitores. A ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin, inaugurará nesta quinta-feira (19/3) à noite o Salão, que recebeu por volta de 200 mil visitantes no ano passado. Os respectivos ministros da Cultura do Brasil e da Polônia também estarão na cerimônia de abertura.
No total, 48 autores brasileiros estarão presentes ao evento para apresentar a diversidade da cultura nacional, entre os quais escritores como Bernardo Carvalho, Paulo Coelho, Ana Maria Machado, Paulo Lins e Nélida Piñon. Convidado de honra pela segunda vez (a primeira ocorreu em 1998), o Brasil passa por um grande crescimento no setor editorial.
Leia mais notícias em Mundo
Ficcionistas, ensaístas, teatrólogos, poetas e quadrinistas mostrarão a evolução de uma literatura cada vez menos regionalista e mais cosmopolita.
Além do país sul-americano, estarão presentes delegações de cerca de 50 países e da cidade polonesa de Wroclaw, que será, ao lado de San Sebastián (Espanha), capital europeia da cultura em 2016.
HQs e romance "noir" estão entre os destaques
Entre os três mil autores presentes, destaca-se Lydie Salvayre, ganhadora do Prêmio Goncourt, em 2014, pelo romance "Pas pleurer" ("Não chore", em tradução literal).
A belga Amélie Nothomb, cujos livros foram traduzidos a mais de 40 idiomas, o franco-libanês Amin Maalouf e o galês Ken Follett, autor do "best-seller" "Os pilares da terra", também confirmaram presença na feira literária.
Entre os momentos mais relevantes desta edição, podem ser mencionados os debates sobre memória e transmissão, que vão ocorrer nos pavilhões brasileiro ("Exílio, busca e memória") e polonês ("Os tormentos da memória judaica").
Em relação às HQs, autores como Daniel Galera e Fabio Moon participarão de uma conversa sobre a "idade de ouro" do gênero no Brasil.
O Salão também se dedicará ao romance "noir". Mítica coleção da Gallimard, que popularizou o romance "noir" no país, e por ocasião do 70; aniversario do grupo editorial, a "Série Negra" terá exibidos alguns tesouros disponíveis na editora: fac-símiles de manuscritos, edições originais, cartazes de filmes etc.
"Grandes editoras preferiram outros Salões", diz executivo do mercado
A cada ano, os organizadores tentam manter o interesse dos visitantes com novos estandes temáticos, por exemplo sobre culinária, literatura juvenil e arte.
Neste ano, foi criado um espaço para o turismo, que abarcará tanto os roteiros turísticos como os relatos de aventuras. Algumas das principais editoras francesas, como Hachette, Grasset e Fayard, decidiram não participar do Salão do Livro de 2015.
"As grandes editoras preferiram investir em outros Salões", indicou Arnaud Nourry, diretor-executivo na Hachette.