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Alemanha: garantir acordo de Minsk importa mais que novas sanções a Moscou

Chanceler alemã Angela Merkel e presidente Ucraniano Petro Poroshenko condenaram violações ao acordo de paz

Berlim - O Conselho Europeu não tomará qualquer decisão concreta sobre novas sanções contra a Rússia em sua próxima cúpula, que acontece nestas quinta e sexta-feiras (19 e 20/3), afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta segunda.

"Não chegaremos a uma decisão legal em março", eventualmente, apenas a uma decisão "política", declarou Merkel à imprensa, após um encontro com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em Berlim.

Segundo a chanceler, "sempre se disse que, em caso de violações graves" dos acordos de paz de Minsk, o Conselho Europeu consideraria novas sanções econômicas contra Moscou, já que as medidas atuais ficam em vigor até julho.

Ela garantiu que esse não é o principal assunto para os líderes europeus, preocupados, sobretudo, com "garantir a implantação completa" dos acordos de paz assinados em 12 de fevereiro passado na capital bielo-russa.

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Merkel e Poroshenko voltaram a insistir nos acordos, afirmando que "não há alternativa", e condenaram o desrespeito das condições estabelecidas em Minsk, em especial o cessar-fogo e a retirada das armas pesadas na linha de frente do combate.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considerou nesta segunda-feira (16/3) que as sanções econômicas contra Moscou deveriam "no mínimo" ser mantidas além do verão (hemisfério norte), em entrevista a cinco jornais europeus.

"Se a UE reduzir o dispositivo neste verão, a relação transatlântica pode entrar em uma fase muito crítica", acrescentou Tusk, uma semana depois de uma visita a Washington, em 9 de março. "Sem pressões, a implantação de Minsk é irrealizável", defendeu.

Os países da UE estão divididos sobre a necessidade de prolongar, já a partir da cúpula de quinta-feira, as pesadas sanções tomadas contra a Rússia.