Cairo - Um tribunal egípcio condenou à morte nesta segunda-feira (16/3) líderes da Irmandade Muçulmana, entre eles seu guia supremo Mohamed Badie, indicaram a imprensa e advogados.
Quatorze membros da irmandade, declarada organização terrorista desde 2013 pelas autoridades, foram acusados por um tribunal penal por "planejar o uso da força contra o Estado", segundo as fontes.
O tribunal de Gizé, ao sudoeste de Cairo, presidido pelo juiz Mohamed Naji Shehata, decidiu submeter este julgamento ao grande mufti do Egito, conforme exigido por lei, segundo a agência de notícias oficial Mena.
A opinião desta autoridade religiosa é solicitada sempre que uma sentença de morte é pronunciada, mas não é obrigatória para a justiça.
Badie já foi condenado à morte em outro julgamento por violência. Ele também foi condenado a quatro vezes a prisão perpétua em outros julgamentos.
Leia mais notícias em Mundo
Além de Badie, muitos líderes da Irmandade Muçulmana estão atrás das grades. Entre eles, seu assessor Khairat el-Shater e o ex-presidente do Parlamento, Saad al-Katatni.
Desde que o ex-chefe do exército e atual presidente Abdel Fattah al-Sissi depôs e prendeu o presidente islamita Mohamed Mursi, em 3 de julho de 2013, as autoridades lançaram uma sangrenta repressão contra os seus seguidores, deixando pelo menos 1.400 mortos.
O regime é acusado de instrumentalizar a justiça em sua repressão. Centenas de partidários de Mursi foram condenados à morte em julgamentos em massa expedidos em poucos minutos, enquanto 15.000 outros foram presos.
E, pela primeira vez, o Egito enforcou em 7 de março um partidário de Mursi, condenado por violência em Alexandria, no norte do país.