Pequim, China - As autoridades chinesas prenderam cerca de 1.000 defensores dos direitos humanos em 2014, anunciou nesta segunda-feira (16/3) uma ONG, que acusou o presidente chinês de estabelecer o "pior registro de violações de direitos humanos desde meados da década de 1990".
Em seu relatório anual, o grupo Chinese Human Rights Defenders (CHRD, Defensores dos Direitos Humanos na China) declarou que este número é similar ao de detidos no total nos dois anos anteriores.
"Desde a chegada de Xi (Jinping) ao poder, as autoridades lançaram um ataque implacável e impiedoso contra as liberdades fundamentais para reforçar o domínio absoluto sobre o espaço em rápida diminuição da sociedade civil, com os defensores dos direitos humanos como alvo", escreveu o grupo.
Segundo o CHRD, este número de prisões é o maior desde meados da década de 1990, após o massacre de Tiananmén.
Em 2014, o grupo registrou um total de 995 casos de ativistas e defensores de direitos humanos detidos. As prisões no conjunto dos dois anos anteriores chegam a 1.160.
O relatório chega pouco depois de cinco defensores dos direitos das mulheres serem detidos em Pequim por organizar protestos contra o abuso sexual durante o Dia Internacional da Mulher. A Anistia Internacional classificou as detenções de arrepiantes e a União Europeia exigiu sua libertação.
Mais de 200 ativistas, advogados e jornalistas, entre outros, foram detidos em julho por ocasião do 25; aniversário do massacre de Tiananmén e no outono durante a onda de protestos pró-democracia em Hong Kong.
Depois de assumir a presidência em 2012, Xi Jinping lançou uma campanha contra críticos ao governo com centenas de detidos. No entanto, a China sustenta que protege os direitos legais de seus cidadãos, entre eles a liberdade de reunião, expressão, religião e imprensa.