Sendai, Japão - O Banco Mundial reiterou neste domingo seu apelo à comunidade internacional para que se reforce a luta contra o aquecimento global, em uma conferência da ONU sobre o clima em Sendai, Japão.
Rachel Kyte, encarregada de temas de clima do Banco Mundial, disse que parece haver uma desconexão entre a ação política e a frequência com que se repetem em todo o mundo as devastadoras catástrofes naturais.
"Não é irônico que este ciclone (de Vanuatu) tenha ocorrido justamente no momento em que nós estamos aqui reunidos?", questionou Kyte. "Fico preocupada que o sentido de urgência e os objetivos da comunidade internacional não estejam no mesmo nível", enfatizou.
A conferência organizada pelas Nações Unidas para debater ideias sobre como contra-atacar as catástrofes naturais ampliadas pela mudança climática teve início no sábado e segue até quarta-feira.
O encontro abriu seus trabalhos no dia seguinte em que um ciclone tropical causou muita destruição no Estado insular de Vanuatu, no Pacífico Sul.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que apresentou seus pêsames neste sábado ao presidente de Vanuatu e expressou sua solidariedade para com os habitantes do arquipélago. "A redução de desastres é uma prioridade na defesa contra os efeitos da mudança climática, é um investimento inteligente para os negócios e um sábio investimento para salvar vidas", acrescentou.
Um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres (UNISDR, na sigla em inglês) calculou entre US$ 250 bilhões e US$ 300 bilhões anuais as perdas econômicas mundiais causadas pelos desastres.
A conferência de Sendai também foi inaugurada três dias depois do quarto aniversário do terremoto de magnitude 9 que abalou o nordeste do Japão. O sismo resultou em um tsunami que arrasou o litoral e deixou 19 mil mortos, levando ainda à catástrofe nuclear na central de Fukushima.