Jornal Correio Braziliense

Mundo

Irã e EUA iniciam novas negociações nucleares antes do fim do prazo limite

Mohamad Javad Zarif, ministro iraniano das Relações Exteriores, já se encontra com sua equipe em Lausanne, junto com a delegação americana

Irã e Estados Unidos iniciam neste domingo, na Suíça, uma nova rodada de negociações para começar a selar um acordo político sobre o programa nuclear de Teerã, à medida que se aproxima o prazo limite estabelecido para o diálogo depois de 18 meses de difíceis conversações.

[SAIBAMAIS]Mohamad Javad Zarif, ministro iraniano das Relações Exteriores, já se encontra com sua equipe em Lausanne, junto com a delegação americana. "Durante os próximos dias devemos alcançar todas as soluções possíveis e começar a redigir um acordo de maneira precisa e detalhada", assinalou Zarif à televisão iraniana.

Depois de 12 anos de tensões internacionais e 18 meses de negociações entre a República Islâmica e as potências do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França, China e Alemanha), ficou estabelecido como último prazo o dia 31 de março para um acordo político que garanta que o Irã não construa uma bomba atômica.

A partir de então, deve ser alcançado um acordo completo que incluirá os detalhes técnicos antes de 1;, de julho. Com o acordo seriam suspensas as sanções internacionais impostas a Teerã pelo enriquecimento de urânio, um processo que pode resultar na fabricação da bomba atômica.

Leia mais notícias em Mundo

O Guia Supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, criticou o grupo de potências e fará um aguardado discurso no Ano Novo iraniano, em 21 de março. Já o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou no sábado que as negociações sobre o programa nuclear do Irã registraram alguns avanços, mas ainda existem "algumas lacunas importantes" que devem ser resolvidas.

"O objetivo das negociações não é simplesmente chegar a um acordo, e sim conseguir o acordo adequado", disse Kerry, que participa de uma conferência internacional de investidores no Egito, no balneário de Sharm el-Sheikh. "Conseguimos alguns avanços, mas ainda restam lacunas importantes", declarou Kerry.