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Espanhóis anti-aborto ameaçam não votar nos conservadores

O governo de Rajoy propôs no mês passado uma nova reforma que obrigaria as jovens de 16 e 17 anos a receber o consentimento dos pais para abortar

Madri, Espanha - Milhares de espanhóis saíram às ruas neste sábado em Madri para advertir o governo que a decisão de abandonar o plano para restringir o acesso das mulheres ao aborto provocará um boicote nas urnas nas eleições gerais.

Manifestantes do grupo pró-vida protestaram na capital do país aos gritos de "Cada vida importa". O presidente do governo, o conservador Mariano Rajoy, prometeu em 2011, antes de ser eleito, que tornaria mais rígida a lei do aborto da Espanha, mas a reforma fracassou em setembro do ano passado por falta de acordo dentro de seu partido, o Partido Popular (PP).

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A reforma teria acabado com a possibilidade das mulheres espanholas para abortar livremente até as 14 semanas de gravidez, um limite de tempo padrão em muitos países europeus. O abandono da reforma irritou grupos católicos e outras associações pró-vida.

O governo de Rajoy propôs no mês passado uma nova reforma que obrigaria as jovens de 16 e 17 anos a receber o consentimento dos pais para abortar. A ideia não acalmou os ativistas pró-vida, que afirmaram que a nova iniciativa não é suficientemente profunda.

Alguns eleitores ameaçaram revidar nas eleições gerais de novembro, abandonando o PP de Rajoy e optando por outros partidos, como o conservador Vox, fruto de uma divisão do Partido Popular em 2014.

O PP venceu o Partido Socialista nas eleições de 2011, no auge da crise econômica, mas o panorama eleitoral mudou desde então.

Partidos alternativos como o movimento de esquerda ;Podemos; e o de centro-direita ;Ciudadanos; aparecem com força nas pesquisas de opinião dos últimos meses, ganhando espaço do PP e dos Socialistas.