O promotor Alberto Nisman, responsável pela investigação que acusaria a presidente Cristina Kirchner por acobertar os autores do atentado a um centro judaico, estava de joelhos ao ser morto com um disparo contra a cabeça. É o que revela o 12; ponto de um relatório de 93 páginas com as conclusões da investigação realizada pelos peritos Daniel Salcedo, Osvaldo Raffo e Julio Alberto Ravioli, a pedido da juíza federal Sandra Arroyo Salgado, ex-mulher de Nisman. De acordo com o documento, ao receber o tiro, Nisman mantinha o joelho direito apoiado no chão do banheiro da suíte de seu apartamento, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires. Ele olhava em direção à banheira e não para o espelho, no momento da morte, e estava com o tronco erguido.
;A vítima tinha uma altura de 1,82m, muito provavelmente se encontrava em um plano inferior, em relação ao atacante, localizado atrás e à direita dele;, afirma o relatório, que descarta a tese de suicídio. Parte da mão direita de Nisman estava limpa ; um indício de que ele poderia ter sido imobilizado ao ser assassinado, em 18 de janeiro passado.
Salcedo, Raffo e Ravioli não perceberam marcas de golpes nas costas, na cabeça ou nos ombros do promotor, o que reduz as chances de ele ter efetuado um disparo de pé e sofrido uma queda. Eles concluíram que o sangue que caiu sobre o lavatório veio de uma altura baixa, indicando a proximidade da cabeça de Nisman e sinalizando que ele estava ajoelhado.
A divulgação do 12; ponto fez com que a promotora Viviana Fein, encarregada da investigação oficial da morte de Nisman, e Sandra Arroyo entrassem em contradição. Fein garantiu que a juíza defendeu ;expressamente; o caráter confidencial do conteúdo do relatório. ;Ela apresentou o documento com reticências e disse que era prudente, de minha parte, não manifestar sobre a existência desse ponto;, declarou, segundo o jornal La Nación. ;Não tenho nenhum ponto 12. Não sei a que se refere, pois da mecânica (da morte) não se está falando. Não sei. O ponto 12 não existe, não há nada;, emendou.
A promotora foi imediatamente desmentida por Sandra Arroyo. ;O teor do ponto 12, que, sim, está no expediente e está na promotoria, fala da mecânica do disparo. Fez-se um trabalho científico de muito rigor. Em respeito às horas de trabalho, eu me vejo na obrigação de esclarecer o seguinte: estão faltando com a verdade. O ponto 12 está nas páginas 90, 91 e 92, com as conclusões finais;, insistiu. Ela destacou que o ponto 12 tem oito linhas e remete à ;execução;.
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