Buenos Aires - Três patronais agrícolas da Argentina iniciaram nesta quarta-feira uma paralisação da venda de grãos e gado de três dias em protesto pelos altos impostos e pelas barreiras às exportações. O movimento não conta, no entanto, com o apoio de pequenos e médios produtores.
"A greve (patronal) é uma rejeição à política do governo", disse à rádio Millenium Luis Etchevehere, presidente da Sociedade Rural (SRA, que agrupa grandes proprietários), uma das três grandes organizações que se opõem ao governo da presidente Cristina Kirchner.Em coletiva de imprensa na Casa Rosada, o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, classificou nesta quarta-feira a medida de "lockout patronal".
A Argentina é um dos maiores fornecedores mundiais de alimentos. As exportações agrícolas, sobretudo a soja, geraram 26,9 bilhões de dólares no período 2013-2014, quase um terço das vendas totais do país. A paralisação das vendas é para pedir a eliminação ou pelo menos a queda das taxas às exportações.
Outra demanda é a liberalização completa das exportações de trigo e gado, limitadas pelo governo na tentativa de atenuar uma alta dos preços de pão e carne no mercado interno.
Os analistas agrícolas consideram que uma paralisação das vendas de apenas três dias não afeta a atividade, mas que o movimento demonstra que as organizações patronais estão novamente ativas e devem contar com o apoio da oposição ao governo Kirchner.