O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sugeriu neste domingo a criação de um Exército europeu, levando em conta as relações cada vez mais tensas com a Rússia devido à crise na Ucrânia. Esta força poderia fazer frente às novas ameaças nas fronteiras da União Europeia (UE) e "defender os valores do bloco", declarou, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão "Welt am Sonntag".
[SAIBAMAIS]"Não criaríamos um Exército europeu para usá-lo imediatamente. Mas um Exército comum a todos os europeus faria a Rússia entender que levamos a sério a defesa dos valores da União Europeia", indicou. Forças Armadas reunindo os 28 países da UE também permitiriam o racionamento dos gastos militares e favoreceriam a integração militar, assinalou Juncker.
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"Este Exército nos ajudaria a traçar uma política externa e de segurança comum", acrescentou o presidente da Comissão, para quem não se trata de reduzir o papel da Otan. Embora a proposta possa não agradar aos países contrários a uma maior integração europeia, como a Grã-Bretanha, encontrou apoio na Alemanha.
"Nosso futuro, como europeus, passará, um dia, por um Exército do continente", afirmou a ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen. Segundo o jornal, o ex-secretário-geral da Otan e ex-chefe da diplomacia europeia Javier Solana deverá apresentar amanhã, em Bruxelas, um relatório sobre a nova estratégia de defesa europeia, e apelar por uma capacidade maior de intervenção militar fora das fronteiras da UE.