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Espanha leva à justiça ex-tesoureiros do partido do governo por corrupção

O principal acusado do caso Gürtel, o ex-tesoureiro do PP Luis Barcenas, foi condenado a pagar 88 milhões de euros. Já o empresário acusado de ser o idealizador do esquema, Francisco Correa, deverá pagar 60 milhões.

Madri - Um juiz espanhol indiciou nesta quinta-feira quarenta pessoas, inclusive três ex-tesoureiros do Partido Popular (PP), do chefe de governo Mariano Rajoy, envolvidos em um caso de corrupção com o qual o partido conservador se debate há mais de seis anos.

O juiz Pablo Ruz da Audiência Nacional, especializado no tratamento de casos complexos, concluiu uma parte das investigações sobre o caso "Gürtel" (1999-2005), e indiciou 40 pessoas, entre eles os ex-tesoureiros do PP Luis Barcenas, Alvaro Lapuerta e Angel Sanchis, bem como deputados e empresários.


O caso de beneficiamento de políticos em troca de contratos ocorreu em Madri, nas cidades vizinhas de Pozuelo e Majadohanda, assim como no balneário de Estepona, e incomoda especialmente o Partido Popular, no poder desde 2011, pouco antes de muitos eventos eleitorais, enquanto a campanha está centrada em duas questões que preocupam a maioria dos espanhóis: o desemprego e a corrupção.

O partido é acusado de se valer de fundos de origem ilícita, ligados ao desfalque feito por um prefeito de Pozuelo, condenado a devolver o dinheiro.Esta investigação também levou à demissão da ministra da Saúde, Ana Mato, no final de novembro de 2014, investigada por utilizar dinheiro obtido ilegalmente por seu ex-marido, Jesús Sepúlveda, ex-prefeito de Pozuelo.

O nome de Mato foi citado no caso na véspera do depoimento muito esperado ante o Parlamento do chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, sobre a corrupção na Espanha.

O principal acusado do caso Gürtel, o ex-tesoureiro do PP Luis Barcenas, foi condenado a pagar 88 milhões de euros. Já o empresário acusado de ser o idealizador do esquema, Francisco Correa, deverá pagar 60 milhões.