Ramallah, Territórios palestinos - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou nesta quarta-feira (4/3) que quer seguir negociando com os israelenses, seja qual for o governo que irá dirigir Israel após as eleições de 17 de março.
Os líderes palestinos iniciaram nesta quarta-feira uma reunião crucial sobre o futuro da Autoridade Palestina e suas relações com Israel, na qual poderão discutir a dissolução desta instituição asfixiada economicamente pelo governo israelense. "Pedimos a todos os países do mundo que reconheçam o Estado Palestino", declarou Abbas, na abertura do encontro.
"No entanto, queremos dizer aos israelenses que estes reconhecimentos não significam que não queremos negociar, ou que queremos fugir das negociações", completou. "O povo israelense escolherá quem quiser e negociaremos com ele", assegurou Abas.
Durante sua reunião de dois dias em Ramallah, sede da Autoridade na Cisjordânia ocupada, os 130 membros do conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) deverão abordar, entre outros temas, a crise política que atravessa a instituição.
Criada em 1994, na base dos Acordos de Oslo sobre um autogoverno palestino, a Autoridade deveria desaparecer em 1999, mas continua vigente a falta de um acordo de paz. O mandato de Abbas expirou em 2009.
A OLP ameaça acabar com a cooperação, em matéria de segurança com Israel e, inclusive, dissolver a Autoridade Palestina. Uma decisão que só o Conselho Central da OLP pode tomar, mas que, segundo Washington, conduziria diretamente ao caos.
Antes de chegar a esta opção, a OLP avaliará em profundidade suas relações com Israel, afirmou Ahmed Majdalani, um dos 18 membros do Comité Executivo, a principal instância da OLP. Estas relações abarcam "a cooperação em matéria de segurança e os vínculos econômicos", e poderiam se romper apesar das "fortes pressões", especialmente dos EUA", afirma.
De fato, a dissolução da Autoridade Palestina implicará que Israel, como potência ocupante, se encarregue dos assuntos palestinos, ou seja, garantir os serviços públicos e dirigir o destino de mais de quatro milhões de palestinos. E, como consequência, enviar seus soldados a todas as cidades e localidades palestinas.