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Para opositor Khodorkovsky, conflito na Ucrânia levará Rússia à ruína

Kiev e os países ocidentais acusam habitualmente Moscou de apoiar militarmente aos pró-russos e de ter convocar tropas nesta parte da Ucrânia. O Kremlin desmente qualquer envolvimento no conflito

O ex-oligarca e opositor russo, Mikhail Khodorkovsky, assegurou nesta sexta-feira que o conflito na Ucrânia levará a Rússia à ruína, como ocorreu com a URSS com a invasão do Afeganistão.

"A invasão do Afeganistão começou no 15; ano de Brezhnev [secretário do Partido Comunista soviético] no poder, a da Crimeia e a da bacia do Donets ocorreu no 15; ano de [Vladimir] Putin", escreveu Khodorkovsky, de 51 anos, no diário econômico russo Vedamosti.

"No lugar de se centrar em seus gigantescos territórios, [estes] chefes de Estado decidiram se apoderar de mais terras e pagaram caro", completou o opositor, que traça um paralelo entre a invasão soviética no Afeganistão em 1979 e o conflito que opõe desde abril o exército ucraniano e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

Kiev e os países ocidentais acusam habitualmente Moscou de apoiar militarmente aos pró-russos e de ter convocar tropas nesta parte da Ucrânia. O Kremlin desmente qualquer envolvimento no conflito.

"A guerra é o resultado natural do desenvolvimento do sistema econômico colocado em vigor pelo [presidente russo] Vladimir Putin há dez anos", aponta Khodorkovsky, para quem a Rússia de Putin será derrubada "nos próximos dez anos".

Após uma década na prisão, Khodorkovsky, que foi detido em 2003 por sonegação de impostos e outros delitos, afirma que sua prisão é um castigo por se opor ao chefe de Estado russo.

Para o opositor russo, que chegou a ser o homem mais rico da Rússia e que agora vive na Suíça, "quando as pessoas permanecem muito tempo no poder (...), começam a passar todos os limites, os do sentido comum e as fronteiras dos países vizinhos".