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ONU: crise de refugiados na Síria atinge perigoso ponto de inflexão

Segundo estimativa do Alto Comissariado, o número de sírios em fuga pela guerra pode chegar a 4,27 milhões até dezembro

O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Antonio Guterres, considerou nesta quinta-feira que a crise de refugiados na Síria se aproxima de um "ponto de inflexão perigoso" e pediu aos europeus e aos países do Golfo que sejam mais generosos e receptivos.

Os 3,8 milhões de sírios deslocados para os países vizinhos, como Líbano e Jordânia, constituem "a população mais importante de refugiados sob a proteção do Alto Comissariado", declarou Guterres.

Essa crise "ultrapassou as capacidades de reação atuais", e cerca de dois milhões de sírios com menos de 18 anos "correm o risco de se tornar uma geração perdida", alertou.

"À medida que cresce o desespero e o espaço protegido se reduz, nós nos aproximamos de um ponto de inflexão perigoso", acrescentou, em declarações no Conselho de Segurança, que revê a situação humanitária na Síria.

Guterres fez um apelo à comunidade internacional para ajudar o Líbano e a Jordânia a suportar o fluxo de refugiados, por meio de ajuda para investimento em serviços de saúde e infraestrutura pública - "sobrecarregados com essa pressão enorme".

O enviado da ONU considerou "absurdo" que o Líbano não tenha acesso a doações do Banco Mundial e pediu aos países europeus e do Golfo que ofereçam "mais oportunidades" aos sírios para se instalarem legalmente e, com isso, frear a migração ilegal.

Em 31 de março, a cidade do Kuwait recebe a III Conferência Internacional para arrecadar fundos para operações humanitárias na Síria.

Segundo estimativa do Alto Comissariado, o número de sírios em fuga pela guerra pode chegar a 4,27 milhões até dezembro.