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Apesar da calmaria no leste da Ucrânia, tensões prosseguem em Mariupol

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, prometeu que nesta segunda seriam realizadas reuniões tendo em vista novas sanções europeias contra a Rússia.

Kiev - Os combates entre o exército ucraniano e os separatistas pró-Rússia prosseguiam nesta segunda-feira, ao redor do porto estratégico de Mariupol, apesar da relativa calma reinante no leste da Ucrânia.

O exército de Kiev relatou que os separatistas tentaram, até à meia-noite, tomar de assalto as posições ucranianas no povoado de Chirokin, a cerca de 15 quilômetros de Mariupol, cidade ao sul e às margens do mar de Azov.

[SAIBAMAIS]

"Os combates duraram meia hora", contou o porta-voz militar, Anatoli Stelmaj. "O adversário reúne suas forças" nessa zona, acrescentou.

Segundo Kiev, nos últimos dias, 20 tanques e armamentos de artilharia russa, assim como por volta de 50 caminhões militares com munição, cruzaram a fronteira ucraniana rumo a Novoazovsk, base rebelde situada a cerca de 30 quilômetros de Mariupol.

Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de apoiar os separatistas com armas e tropas, enquanto Moscou nega qualquer envolvimento que causou a morte de mais de 5.700 pessoas em 10 meses.



O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, prometeu que nesta segunda seriam realizadas reuniões tendo em vista novas sanções europeias contra a Rússia.

Muitos ucranianos temem que, após a tomada de Debaltseve, os rebeldes tentem agora conquistar Mariupol, última grande cidade do leste ucraniano que segue nas mãos do exército ucraniano.

Há meses, os separatistas tentam dominar esta localidade para criar uma ponte terrestre com a península ucraniana da Crimeia, que Moscou anexou em março. As comunicações entre Crimeia e Ucrânia, agora, se limitam à via marítima e passam por dificuldades devido ao inverno.

O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, alertou que um avanço dos separatistas sobre Mariupol suporia uma "clara violação dos acordos" de paz de Minsk, em entrevista para o jornal alemão Bild.

Os acordos assinados em 12 de fevereiro em Minsk (capital da Bielorrússia) previam, entre outras consequências, a entrada em vigor de um cessar-fogo a partir do último dia 15, e a retirada das armas pesadas da frente de batalha, em até 48 horas.


Kiev não retirará armas até que cessem os disparos

Além de Mariupol, os disparos rebeldes alcançaram dois povoados próximos a Donetsk, de acordo com Stelmaj, que comprovou, por outro lado, "uma redução considerável do número de disparos" na linha-de-frente.

As autoridades pró-Kiev presentes em Lugansk, outra cidade tomada pelos rebeldes, também anunciaram que houve tiros em varias cidades na região.

Estes incidentes retardam, segundo Kiev, a retirada de armas pesadas, medida que os dois lados tinham prometido no domingo.

"Posto que persistem os disparos sobre as posições ucranianas, ainda não se pode falar na retirada das armas", declarou Vladislav Seleznev, porta-voz do Estado Maior do exército de Kiev.

Segundo os acordos de Minsk, agressores de ambos os lados devem retirar "todas as armas pesadas" com o objetivo de se estabelecer uma zona desmilitarizada entre 50 e 140 quilômetros de extensão.

Um dos separatistas assegurou a meios russos que o cessar-fogo estava sendo "praticamente respeitado" e que os rebeldes haviam começado a retirar suas armas. Nenhuma fonte independente pôde confirmar a veracidade da declaração, até agora.