O presidente egípcio, Abdel Fatah Al-Sissi, prometeu neste domingo libertar "os jovens" presos por "engano" durante a implacável repressão das autoridades contra a oposição desde a queda do então presidente islamita, Mohamed Mursi, em 2013.
Em um pronunciamento de quase 40 minutos em rede nacional, Al-Sissi esclareceu que os bombardeios do Exército egípcio na vizinha Líbia foram feitos de forma preventiva para evitar a morte de civis.
Diferentemente de outros discursos, Al-Sissi se mostrou tranquilo e respondeu com calma a algumas das críticas dirigidas ao seu governo. Desde a destituição de Mursi, o ex-chefe do Exército agora presidente tem sido acusado de instaurar um regime extremamente autoritário.
Segundo estimativas de ONGs, pelo menos 1.400 manifestantes islamitas teriam sido mortos pelas forças de segurança, e mais de 20 mil pessoas estão presas. Muitas delas foram condenadas à morte em julgamentos sumários. Al-Sissi contou ter pedido aos jornalistas que o acusam de deter inocentes que preparem uma lista de nomes.
"Eu lhes disse que não nego que haja jovens inocentes na prisão", afirmou o presidente. "Nos próximos dias, o primeiro grupo de jovens detidos será libertado", garantiu.
Em relação aos bombardeios de 16 de fevereiro na Líbia contra posições do Estado Islâmico (EI), Al-Sissi relatou que "13 alvos" foram atingidos e que "todos haviam sido verificados com cuidado" previamente. "Ninguém deve pensar que teríamos atacado civis", frisou.
O presidente egípcio não falou em novos bombardeios, nem voltou a pedir uma intervenção internacional contra os jihadistas. A proposta já havia sido recebida com reservas pelas potências ocidentais.