Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou nesta quarta-feira que seu país pedirá o envio de um contingente de manutenção de paz, com mandato da ONU, para a zona de guerra no leste rebelde pró-Moscou.O tema será debatido agora à noite pelo Conselho de Segurança Nacional e de Defesa, declarou Poroshenko.
"Achamos que o melhor formato seria uma missão policial da União Europeia. Temos certeza de que seria a melhor garantia para a segurança. Depois da decisão, que, eu espero, será adotada hoje, vamos lançar consultas oficiais com nossos parceiros estrangeiros nesse sentido, para manter a paz no leste",afirmou Poroshenko, no início da reunião com autoridades de segurança.
[SAIBAMAIS]
O presidente ucraniano explicou que já havia feito uma primeira abordagem da questão com os líderes de Alemanha, França e Rússia, durante as maratônicas negociações em Minsk.
O cessar-fogo acordado na cúpula realizada na capital bielorrussa não impediu, porém, que os combates continuassem na zona em conflito. Nas últimas horas, os separatistas assumiram o controle da estratégica cidade de Debaltsev.
Nesta quarta, cerca de 2.500 soldados ucranianos deixaram essa localidade, que une, por trem, os redutos separatistas de Donetsk e Lugansk.
Ucrânia e Estados Unidos acusaram a Rússia de ter fornecido armas e tropas aos rebeldes na ofensiva final contra essa cidade.
Ainda assim, o Departamento de Estado americano defendeu que o acordo de Minsk não está "morto"."Não acreditamos que o acordo esteja morto", disse a porta-voz do Departamento, Jen Psaki, à imprensa."Também tivemos informações da retirada de certos tipos de artilharia pesada em vários pontos de Donetsk e Lugansk por parte de ambas as forças", relatou.
Psaki advertiu que, diante da falta de acesso à área, os Estados Unidos não podiam confirmar a veracidade dessas informações.Segundo ela, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, falou hoje de manhã por telefone com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Na conversa, completou a porta-voz, Kerry pressionou o chanceler Lavrov a "deter os russos e os ataques separatistas nas posições ucranianas em Debaltsev, entre outras violações do cessar-fogo".
Jen Psaki insistiu em que a trégua continua de pé e que houve alguns sinais de que, em outras áreas, "a quantidade e a intensidade dos ataques diminuíram".