Dois homens detidos pela polícia foram indiciados nesta segunda-feira por cumplicidade com o suposto autor dos ataques que deixaram dois mortos e cinco feridos em Copenhague durante o fim de semana, segundo comunicado da polícia dinamarquesa.
"Não foram indiciados por terrorismo e sim por cumplicidade, suspeitos de terem ajudado o autor dos ataques a fazer desaparecer uma arma e conseguir um esconderijo", afirmou Michael Juul Eriksen, advogado de um dos suspeitos.
A identidade das duas pessoas está protegida por segredo de instrução. Segundo o jornal Ekstra Bladet, eles são estrangeiros. A polícia dinamarquesa acredita que o suposto autor dos ataques contra um centro cultural e uma sinagoga em Copenhague teria se inspirado nos recentes atentados jihadistas ocorridos em Paris.
Os investigadores não quiseram dar informações sobre a identidade deste homem que foi abatido pela polícia, e afirmaram apenas que era originário de Copenhague e que os primeiros elementos, incluindo seus antecedentes, dão a entender que tinha simpatia pela ideologia de organizações como o Estado Islâmico.
Confirmaram que o indivíduo era conhecido da inteligência dinamarquesa, mas afirmou não saber se chegou a viajar para a Síria ou o Iraque.
A polícia também informou ter realizado uma vasta operação em um cibercafé e em outros imóveis do bairro de N;rrebro, onde o atirador foi morto por volta das 02H00 (de Brasília) de domingo. O homem, que supostamente atuou sozinho, abriu fogo contra os policiais ao ser interpelado.
O indivíduo em questão é o suposto autor dos dois ataques registrados em Copenhague, um contra um um centro cultural onde era realizado um debate sobre Islã e liberdade de expressão e outro contra uma sinagoga, nos quais morreram duas pessoas e cinco ficaram feridas.
A foto, aparentemente capturada de imagens de vigilância, permitiu a localização do suspeito e mostra um homem usando uma jaqueta escura e um capuz vinho. Ele foi descrito como um homem entre 25 e 30 anos, alto e de porte atlético.
Um cidadão de 55 anos que assistia o debate no centro cultural foi morto no ataque de sábado e um jovem judeu perdeu a vida no início de domingo no lado de fora da sinagoga de Krystalgade, a mais importante da cidade. Cinco policiais ficaram feridos nos ataques.
O atentado contra o centro cultural aconteceu rápido e foi violento. O homem armado com uma pistola metralhadora disparou contra os participantes do debate "Arte, blasfêmia e liberdade".
O esquema de segurança foi reforçado pela presença de Lars Vilks, o cartunista sueco conhecido por suas controvertidas charges do profeta Maomé e que participava no evento. Mas a presença policial não impediu que o homem disparasse contra as dezenas de pessoas presentes.
O atirador fugiu rapidamente a bordo de Volkswagen Polo. Dois quilômetros depois, o agressor abandonou o carro e desapareceu. Mas ele foi registrado pelas câmeras de segurança e, a partir disso, uma foto foi postada na internet.
No debate, participavam o embaixador da França, François Zimeray, além de Vilks, provável alvo do ataque classificado como um ato terrorista pela primeira-ministra dinamarquesa Helle Thorning-Schmidt.