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Estado Islâmico anuncia em vídeo decapitação de cristãos egípcios na Líbia

Na gravação, 10 homens com roupa laranja, ajoelhados e com as mãos algemadas para trás, decapitados pelos sequestradores

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) divulgou neste domingo um vídeo em que mostra a decapitação de uma dezena de homens, que identifica como cristãos coptas capturados na Líbia.

Com estas execuções, reivindicadas pelo braço líbio do EI dias depois do anúncio da decapitação de oito pessoas por seu braço egípcio, a organização jihadista mostra que exportou seus métodos de brutalidade extrema para fora de sua "base", nas regiões que controla em Síria e Iraque.

O presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, anunciou hoje a convocação urgente do Conselho de Defesa, depois que o EI anunciou a decapitação dos cristãos egípcios na Líbia.

O Conselho Nacional de Defesa reúne, além do chefe de Estado, o premier, os ministros da Defesa e do Interior, e representantes de mais alta patente das Forças Armadas.

Em um discurso exibido pela TV pública, o presidente egípcio afirmou que seu país "se reserva o direito de responder da forma mais adequada" à decapitação dos cristãos. As milícias islamitas na Líbia acusaram recentemente o Egito de enviar aviões para bombardear suas posições, o que autoridades do Cairo negaram.

Na gravação de vídeo, publicada na internet, são vistos 10 homens com roupa laranja, ajoelhados e com as mãos algemadas para trás, decapitados pelos sequestradores, vestidos de preto, em uma praia de Trípoli.

Na última edição da revista eletrônica do EI, Dabiq, o grupo anunciou a captura de 21 reféns egípcios, com fotos em que os mesmos são vistos com um fundo semelhante ao do vídeo divulgado hoje.

A gravação, intitulada "Uma mensagem assinada com sangue para a nação da cruz", assinala que é dirigida aos "seguidores da hostil Igreja egípcia". A Al-Azhar, uma das mais renomadas instituições teológicas do islã sunita, classificou neste domingo de barbárie a decapitação. A instituição, com sede no Cairo e respeitada no mundo muçulmano, convocou recentemente a "matar e crucificar os terroristas do EI".

"A Al-Azhar insiste em que atos bárbaros como este não têm nada a ver com nenhuma religião, seja ela qual for", criticou a instituição neste domingo. A Igreja ortodoxa egípcia copta disse confiar em que os responsáveis pela barbárie na Líbia serão punidos.

;O corpo de Bin Laden;

Um dos carrascos encapuzados fala em inglês para a câmera, empunhando um facão, e declara: "Estamos hoje na terra muçulmana da Líbia (...) este mar em que vocês esconderam o corpo do xeque Osama bin Laden, juramos ante Alá que iremos misturá-lo a seu sangue". O último vídeo de execução divulgado pelo EI havia sido o de um piloto jordaniano queimado vivo em uma jaula.



A Líbia está mergulhada no caos desde a queda de Muamar Khadafi, em 2011, uma vez que as autoridades não conseguem controlar as dezenas de milícias formadas por ex-rebeldes que aplicam sua própria lei, frente a uma polícia e a um Exército enfraquecidos.

O país é dirigido por dois parlamentos e dois governos rivais. Um deles é ligado a uma coalizão de milícias fundamentalmente islamitas, e o outro é reconhecido pela comunidade internacional.