Turistas da Austrália podem boicotar a Indonésia, caso o país execute dois traficantes de droga condenados à morte, disse hoje (13) a ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie Bishop, que recusa, por enquanto, retirar os diplomatas australianos do país.
Julie Bishop, que nessa quinta-feira (12) pediu no Parlamento que as vidas de Andrew Chan e Myuran Sukumaran fossem poupadas, disse que a situação é tensa, já que as autoridades indonésias planejam transferir os dois homens da prisão para o lugar da execução. "É uma situação muito tensa", disse Julie Bishop à rádio Fairfax.
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Várias vigílias foram organizadas na Austrália, que não apoia a pena de morte, para pedir clemência. A ministra dos Negócios Estrangeiros disse que, se os dois homens vierem a enfrentar o pelotão de fuzilamento, isso pode influenciar a decisão dos australianos de passarem férias na Indonésia.
Julie alertou Jacarta para não subestimar a força dos sentimentos dos australianos para com Andrew Chan e Myuran Sukumaran. "Tenho recebido uma enorme quantidade de emails e mensagens. Sei que as pessoas estão organizando vigílias e manifestações. Acho que os australianos vão demonstrar a sua insatisfação decidindo onde querem ir de férias", disse.
A ilha indonésia de Bali é um dos principais destinos de férias dos australianos.
Perguntada sobre a possibilidade de retirar diplomatas australianos do país, caso as execuções ocorram, Julie disse que esta "é uma decisão que ainda tem de ser analisada".
"A minha preocupação agora é manter abertas as vias de comunicação entre o nosso embaixador e o governo indonésio", acrescentou.