A coalizão liderada pelos Estados Unidos no combate aos extremistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria está "na ofensiva" e vai vencer, afirmou o presidente americano, Barack Obama, nesta quarta-feira, após pedir ao Congresso, em Washington, para apoiar seus esforços de guerra.
Em um ato similar a uma declaração de guerra, Obama pediu ao Congresso autoridade para levar o combate ao grupo EI para além de seu reduto atual, na Síria e no Iraque, caso seja necessário. "Nossa coalizão está na ofensiva", disse Obama, acrescentando que o Estado Islâmico está "na defensiva" e "vai perder".
Ele prometeu aumentar a ofensiva, amplamente concentrada em operações aéreas, com ataques secretos, se for preciso. "Se tivermos informações de Inteligência disponíveis a respeito de uma reunião de líderes do Isil (acrônimo em inglês para o Estado Islâmico) e nossos parceiros não tiverem a capacidade de apanhá-los, eu estaria pronto a ordenar que nossas forças especiais entrassem em ação", justificou Obama.
[SAIBAMAIS]"Eu não vou permitir que estes terroristas tenham um abrigo seguro", frisou. A requisição de Obama indica uma escalada nas pressões sobre o Estado Islâmico, enquanto o governo iraquiano prepara uma grande ofensiva terrestre, prevista para alguns meses. Também daria uma base legal mais firme para dar prosseguimento a uma campanha militar com meses de duração e fornecer cobertura política em casa.
Desde meados de 2014, o Exército americano realiza uma campanha de ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Com a morte da refém americana Kayla Mueller e o assassinato de outros três reféns americanos, Obama está sob pressão para reexaminar sua estratégia e intensificar a luta.
Para obter o apoio do Congresso, controlado pelos republicanos, e superar as instabilidades em seu próprio Partido Democrata, Obama estabeleceu limites sobre seu poder, tanto na forma quanto no alcance, para mobilizar tropas. A legislação proposta "não autoriza o uso das Forças Armadas dos Estados Unidos em operações ofensivas duradouras de combate no terreno", diz o esboço enviado para avaliação do Congresso.
Obama declarou que os Estados Unidos "não deveriam ser arrastados novamente em uma nova e longa guerra no terreno no Oriente Médio". A autorização também "terminaria três anos depois da data de ratificação dessa resolução conjunta, a menos que seja reautorizada". Além disso, Obama terá de se reportar ao Congresso a cada seis meses.
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Com a aproximação das eleições de 2016 e as penosas discussões sobre as guerras anteriores ainda afetando a memória política americana, Obama foi rápido em deixar claro que isso não seria uma sequência do Iraque, ou do Afeganistão. "As forças locais no terreno, que conhecem melhor seus países, estão mais bem posicionadas para assumir o combate no terreno contra o Isil", acrescentou.
O senador republicano Bob Corker, que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara alta, disse que "começaria rapidamente a celebrar audiências rigorosas" sobre a autorização, que conta com seu apoio. Outros republicanos alertaram que a linguagem no texto poderia obstruir as tropas, limitando sua capacidade de escolher a melhor estratégia.