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Epidemia de cólera em Moçambique deixa ao menos 19 mortos

Autoridades anunciam 1.7 mil casos no norte do país

Uma epidemia de cólera, causada em parte pelas graves inundações que assolaram o país há um mês, foi registrada no norte de Moçambique e provocou pelo menos 19 vítimas, informaram nesta quarta-feira (11/02) autoridades locais.

"Contabilizamos 1.702 casos e 19 vítimas fatais nas províncias de Nampula, Niassa e Tete (norte)", indicou à AFP Lorna Gurjal, chefe do departamento de epidemiologia do Ministério da Saúde de Moçambique.

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Apesar de a diarreia e a cólera serem doenças comuns em Moçambique durante a estação chuvosa, a epidemia está ligada à difícil situação sanitária provocada pelas inundações que afetam o norte e centro do país. Alguns distritos que não foram inundados também têm sido afetados pela epidemia, ressaltou Lorna.

Em 12 de janeiro, as autoridades declararam estado de alerta após a inundação do rio Licungo (centro), que subiu 12 metros, um fenômeno que não era visto desde 1971. O aumento das águas deixou o norte do país na escuridão e cortou o eixo da Rodovia Norte-Sul, o que complica a entrega de ajuda humanitária.

De acordo com os últimos dados oficiais, as inundações - as mais mortíferas desde 2000 - deixaram 158 mortos, 69 feridos e 177.000 afetados, excluindo as mortes causadas pela epidemia, informou o porta-voz do governo terça-feira à noite, Mouzinho Saide, após um conselho de ministros.