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Polícia australiana anuncia ter impedido atentado terrorista iminente

Os dois homens que realizariam o ataque são adeptos às ideologias do Estado Islâmico

A polícia australiana anunciou nesta quarta-feira (11/02) ter frustrado um ataque "iminente" em Sydney com a prisão de dois homens e a apreensão de uma machadinha, um facão e uma bandeira islâmica. O primeiro-ministro Tony Abbott denunciou "essas pessoas que vivem entre nós e querem nos fazer mal", e assegurou que o governo mantém uma vigilância permanente para impedir que atuem.

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"Os dois homens estavam se preparando para agir ontem (terça-feira). Reunimos e recebemos informações que indicavam um ataque iminente e impedimos" isso, disse Catherine Burn, subcomissária de polícia do Estado de New South Wales. Questionada se o ataque tratava-se de uma decapitação, Burn disse apenas que o ato era iminente e incluía o uso de um facão e que o atentado era "coerente com as mensagens do Estado Islâmico".

"Acreditamos que os homens iam causar danos a alguém usando algum dos objetos que identificamos e apreendemos ontem, entre eles um facão", explicou.

Os homens foram presos na terça-feira em uma casa nos arredores de Sydney e foram acusados de premeditação de ataque terrorista. Os dois indivíduos, Omar Al Kutobi, de 24 anos, e Mohamed Kiad, de 25, foram indiciados por planejamento de um ataque terrorista.

"Na casa, localizamos vários objetos, entre eles uma machadinha, um facão, uma bandeira de fabricação caseira da organização terrorista Estado Islâmico e um vídeo em que se vê um homem falando em realizar um atentado", disse Burn.

A subcomissária disse que um deles - os dois são fervorosos muçulmanos, segundo a imprensa local - figurava no vídeo.

"Não podemos entrar em detalhes sobre o que se diz na mensagem", afirmou a policial, acrescentando que o objetivo do atentado ainda não é conhecido, mas que a intenção de cometer um ataque é clara.

Vídeo ameaçador

Por sua parte, o ministro da Justiça, George Brandis, explicou que o vídeo mostra "um dos suspeitos ajoelhado ante uma bandeira do EI, com uma faca e um machado, enquanto realiza uma declaração política e ameaça cometer atos violentos com as armas".

Em setembro, a Austrália aumentou seu nível de alerta antiterrorista e realizou várias operações em Sydney e Brisbane para frustrar um plano de seguidores do EI que iam sequestrar e decapitar uma pessoa.

Em dezembro, um homem nascido no Irã e conhecido por suas ideias extremistas fez 17 reféns num café do centro de Sydney. Dois desses reféns morreram.

Quando o sequestrado matou o gerente do café, a polícia invadiu a loja e matou o agressor. Outro refém morreu durante o tiroteio.

Tony Abbott advertiu que o país deve ficar preparado para outros complôs jihadistas.

"É um problema grave, e temo que vá se agravar, e não melhorar. Continuamos vendo sem cessar esse culto à morte estender-se por todo o mundo, inclusive aqui na Austrália", concluiu.