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Unasul vai mediar diálogo com os EUA sobre sanções à Venezuela

No dia 2 de fevereiro, os EUA anunciaram novas sanções a antigos e atuais funcionários do governo venezuelano, alegando que eles seriam responsáveis por violações dos direitos humanos na Venezuela

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patiño, anunciou hoje (10) que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) vai mediar com os Estados Unidos a questão das sanções a funcionários do governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"Decidimos procurar canais de diálogo e comunicação com o governo dos Estados Unidos que favoreçam o diálogo direto entre os dois países, no quadro do respeito pelos Estados e o princípio da não intervenção", disse.

Ricardo Patiño falou aos jornalistas em Montevidéu, na saída de uma reunião convocada a pedido de Caracas para analisar a situação venezuelana e o alcance das medidas anunciadas. "[É preciso] desenvolver o diálogo e atuar de maneira imediata, depois que se tomaram medidas. É muito importante que a reação seja imediata, que favoreça a paz, a concórdia e o diálogo."

Ricardo Patiño integrará uma comissão de diálogo da Unasul, que será constituída também pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Delcy Rodríguez, do Brasil, Mauro Vieira, e pelo secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper.

No dia 2 de fevereiro, os Estados Unidos anunciaram novas sanções (suspensão de vistos) a antigos e atuais funcionários do governo venezuelano, alegando que eles seriam responsáveis por violações dos direitos humanos na Venezuela.

Washington acusa Caracas de tentar "sufocar a dissidência", reprimindo manifestantes que protestam contra a deterioração da situação política, econômica e de segurança no país.



Em julho, o governo dos Estados Unidos já tinha imposto restrições na concessão de vistos a 24 dirigentes venezuelanos, supostamente envolvidos em violações de direitos humanos e na repressão de protestos de grupos opositores a Maduro.

A Venezuela acusa os Estados Unidos de ingerência nos assuntos internos e de promover ações para desestabilizar o governo do presidente Nicolás Maduro.