O presidente americano, Barack Obama, anunciará nesta quinta-feira seus planos para reverter os cortes automáticos na Defesa e em outros gastos aplicados em 2013. Os cortes automáticos começaram a ser aplicados depois que democratas e republicanos não conseguiram chegar a um acordo sobre como diminuir o déficit público.
Os cortes permitirão uma redução de um trilhão de dólares em até 2021, mas os seus críticos os consideram medidas arbitrárias, prejudiciais ao emprego e para o Exército norte-americano. "O presidente proporá acabar com os gastos que ameaçam nossa economia e nosso Exército", comentou um funcionário da Casa Branca.
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"O projeto de orçamento do presidente anulará por completo esses cortes em favor de prioridades nacionais, para que os investimentos correspondam aos recursos que os nossos soldados precisam para manter os Estados Unidos seguros". Espera-se que, durante uma visita à Filadélfia, Obama prometa acabar com o que chamou de "crises fabricadas e austeridade insensata".
O projeto completo de Obama será divulgado nesta quinta-feira, mas, com as duas casas do Congresso controladas pelos republicanos, é muito provável que haja uma férrea oposição.
O tema dos cortes automáticos também gerou divisões no Partido Republicano, que apesar de querer reduzir severamente o gasto do Estado, pretende manter a salvo essas medidas restritivas ao Exército.
Segundo funcionários da Casa Branca, em seu projeto orçamentário, Obama solicitará um aumento dos gastos militares para 2016, até 585 bilhões de dólares, superando assim o limite imposto pelo Congresso.
Este aumento se explica, entre outros motivos, pelos gastos com defesa de guerra com o Afeganistão e com a operação contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, disse um militar.
Obama também proporá eliminar benefícios fiscais para melhorar o gasto em infraestruturas e em pesquisa médica, particularmente sobre antibióticos. É possível que os republicanos percebam como um aumento impositivo, ao qual muitos deles se opõem.
Obama explicará várias das propostas que já se referiu em seu discurso anual sobre o Estado da União, como a licença médica remunerada e a gratuidade do ensino superior para alguns estudantes.