Uma manifestante foi morta neste sábado, no Cairo, após confrontos com a policia durante uma rara manifestação de um movimento de esquerda - informaram as autoridades egípcias, às vésperas do quarto aniversário da revolta de 2011, que culminou na queda de Hosni Mubarak.
A juventude militante, laica e de esquerda esteve à frente do movimento popular de 2011, e apoiou a destituição pelo exército do presidente islamita Mohamed Mursi, em julho de 2013. Desde então, o atual presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, é acusado de liderar uma repressão implacável contra qualquer oposição, islamita ou laica. A manifestante morreu após ter sido ferida por balas de festim, segundo um porta-voz do ministério da Saúde. Manifestantes informaram que ela foi atingida por tiros disparados pela polícia, que dispersava a manifestação.
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O ato da noite deste sábado, no centro do Cairo, foi organizado pelo partido da "aliança popular socialista". "O partido decidiu organizar uma manifestação simbólica para comemorar o aniversário da revolução de 25 de janeiro" de 2011 - disse à AFP um membro do grupo, Adel el-Meligy. "A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e balas de festim, e prendeu o secretário-geral do partido, ao lado de cinco outros membros", acrescentou.
Os simpatizantes de Mursi continuam sendo o principal alvo da repressão oficial. Desde sua destituição, soldados e policiais mataram mais de 1.400 manifestantes islamitas e mais de 15.000 pessoas foram presas. Dezenas de militantes laicos e de esquerda também foram presos por terem infringido a controversa lei que limita o direito à manifestação.
Os pró-Mursi convocaram para este domingo uma manifestação para retomar "a revolução", que culminou na queda de Mubarak. A polícia alertou que não hesitará em confrontar os atos de "maneira decisiva".