Novas sanções norte-americanas contra o Irã comprometerão um possível acordo sobre o programa nuclear de Teerã, advertiu nesta sexta-feira em Davos o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif, enquanto congressistas americanos se mostram favoráveis a essas medidas.
"Temos a possibilidade de alcançar um acordo. Se alguém o prejudicar, será criticado pela comunidade internacional, ainda que seja o Congresso americano", declarou Zarif em Davos.
Muitos congressistas norte-americanos pressionam para que seja aprovada uma lei que imponha novas sanções a Teerã caso as negociações sobre o programa nuclear iraniano fracassarem.
O presidente americano, Barack Obama, quer manter o controle sobre as negociações sem que haja intervenção do Congresso, e ameaçou vetar qualquer lei que promova sanções contra o Irã.
"Se o Congresso americano adotar uma lei com novas sanções, nosso parlamento replicará", disse o ministro iraniano.
"O presidente dos Estados Unidos tem o direito a veto, mas nosso Parlamento tomará suas próprias medidas de represália e nossa constituição não confere esse direito a veto ao nosso presidente", acrescentou.
O Irã e os países do chamado grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) pretendem alcançar um acordo sobre o programa nuclear antes do dia 1; de julho, já que não conseguiram chegar a um consenso até o prazo limite anterior, de 24 de novembro de 2014.
As grandes potências exigem que o Irã reduza sua capacidade nuclear para evitar que um dia seja capaz de produzir a bomba atômica, enquanto Teerã reivindica seu direito a dispor de tecnologia nuclear civil e exige o fim das sanções econômicas ocidentais.