O presidente russo, Vladimir Putin, saudou um "homem político sábio e um líder que despertava amor e respeito de seus súditos." "Nossos países têm trabalhado juntos em muitos desafios e sempre apreciei (...) nossa amizade verdadeira e calorosa", declarou, por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cujo país é um aliado político e econômico de peso da Arábia.
O rei Abdullah era "uma figura respeitada em todo o Oriente Médio por sua disposição para ajudar a resolver conflitos", considerou, por sua vez, o ministério espanhol das Relações Exteriores.
;Defensor da paz;
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, lembrou seu compromisso "em favor da paz e do fortalecimento do entendimento entre as religiões." Para a chanceler alemã, Angela Merkel, a política do falecido rei era "equilibrada e moderada", cumprimentando um homem que defendeu "o diálogo entre o mundo muçulmano e o Ocidente."
O presidente tunisiano Beji Caid Essebsi viu no rei alguém "que defendeu (...) as causas da justiça, da paz e do desenvolvimento no mundo árabe e muçulmano e no mundo". Seu país, como a Argélia e Mauritânia, declarou três dias de luto, enquanto o Egito anunciou sete dias de luto.
Esta morte "não é apenas uma perda para a Arábia Saudita, mas também para o Marrocos e a nação islâmica inteira", lamentou o rei Mohammed VI. Vários líderes encurtaram ou cancelaram visitas ou reuniões para participar do funeral.
Este é o caso do rei da Jordânia, Abdullah II, que deixou Davos, na Suíça, onde participava do Fórum Econômico Mundial, segundo os organizadores. Seu país declarou 40 dias de luto. O presidente israelense, Reuven Rivlin, saudou um "líder exemplar, com bom senso, atencioso e responsável."
Braçadeira preta
Para o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, o rei contribuiu "para o reforço da cooperação e da solidariedade no mundo muçulmano, particularmente no que se refere à questão palestina e a situação na Síria." Durante a Copa da Ásia em Sydney, os jogadores dos Emirados Árabes Unidos, que entraram em campo contra o Japão, usavam braçadeiras negras.
A Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, fez uma homenagem a um homem "que trouxe reformas e prosperidade ao seu povo, um defensor da unidade árabe em uma região muitas vezes dividida". O primeiro-ministro malaio, Razak Rajib, saudou um "grande líder por sua iniciativa em favor do diálogo interreligioso", enquanto o presidente afegão, Ashraf Ghani, ressaltou seus esforços de mediação no processo de paz neste país.
Japão e China também destacaram o seu papel para a paz e estabilidade no Oriente Médio. Única voz dissonante, a Anistia Internacional denunciou um regime "insensível aos direitos humanos" e os "muitos países ocidentais" que o "protegeu". A ONG deu como exemplo o caso do blogueiro Raef Badawi, condenado por "insultar o Islã" a dez anos de prisão e a 1.000 chicotadas, uma punição "medieval" para a Anistia.