A justiça americana denunciou, nesta quinta-feira, o empresário saudita Khalid al Fawwaz de ter conspirado com Osama bin Laden e a rede Al Qaeda em seus atos terroristas durante quase uma década, na abertura do julgamento em que é réu em Nova York.
Contra Fawwaz pesam quatro acusações, entre elas a de conspiração para matar americanos e destruir propriedade nos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em 1998, que deixaram 224 mortos e 5.000 feridos. Um júri de 12 pessoas prestou juramento no começo do julgamento, celebrado nos tribunais federais do sul de Manhattan.
Fawwaz se declarou inocente. Ele pode ser condenado à prisão perpétua caso seja considerado culpado. Ele já passou 16 anos preso desde que foi detido, em Londres, em setembro de 1998. O empresário saudita se apresentou na audiência com uma longa barba grisalha e vestindo túnica de seda branca, constatou a AFP.
O promotor assistente, Nicholas Lewin, abriu o caso com uma forte alegação contra o acusado, afirmando que ele entrou na Al Qaeda pouco depois de Bin Laden fundar a rede terrorista e foi um dos líderes da organização durante quase uma década.
"Ele integrou a conspiração comandada por Osama bin Laden para atacar e matar americanos e destruiu símbolos dos Estados Unidos", disse Lewin. "Durante quase uma década e através de três continentes diferentes, o acusado trabalhou para a Al Qaeda", acrescentou.
O promotor garantiu que Fawwaz liderou um dos centros de terroristas originais da Al Qaeda nas montanhas do Afeganistão, ajudou a conduzir uma célula terrorista no Quênia e passou anos "construindo e difundindo" a mensagem do grupo desde Londres.
Fawwaz ajudou Bin Laden a declarar sua sangrenta guerra contra os Estados Unidos em 1996 e ocupava o nono lugar em uma lista de 107 nomes do pequeno círculo da Al Qaeda em sua origem. A advogada de defesa Bobbi Sternheim afirmou que seu cliente não era mais que um homem "calmo e sereno", que dedicou sua vida a uma reforma pacífica de seu corrupto país de origem.
Ela admitiu que Fawwaz se reuniu e conhecia Bin Laden e outros membros da Al Qaeda, viajando para o Afeganistão e o Quênia, mas questionou a versão do governo. Fawwaz batalhou durante 14 anos para não ser extraditado do Reino Unido.