Um tribunal egípcio ordenou nesta quinta-feira a libertação de dois filhos do ex-presidente Hosni Mubarak, à espera de um novo julgamento por corrupção, segundo a agência oficial Mena.
O advogado da família, Farid al Deeb, indicou à AFP que os dois filhos, Ala e Gamal Mubarak, poderão deixar a prisão, já que cumpriram o período máximo de detenção preventiva.
Os filhos devem enfrentar de novo um julgamento junto de seu pai, o ex-presidente derrubado em 2011 por uma revolta popular, pelo desvio de mais de 10 milhões de euros de dinheiro público destinados à manutenção do palácio presidencial.
Neste caso, os dois filhos haviam sido condenados a quatro anos de prisão em maio, enquanto Mubarak foi condenado a três anos de prisão.
Mas, após um recurso apresentado pelos advogados da família, a Corte de Cassação anulou no dia 13 de janeiro esta condenação e exigiu um novo processo.
Em outro caso, um tribunal absolveu em novembro os três homens de outras acusações de corrupção. E a acusação contra Mubarak por cumplicidade no assassinato de manifestantes durante a revolta de 2011 foi retirada.
A libertação do clã Mubarak representa um dilema para o ex-chefe do exército e atual presidente, Abdel Fatah al Sissi, acusado frequentemente pelos defensores dos direitos humanos de ter instaurado um regime mais autoritário do que o de Mubarak.
O ex-presidente continuará detido em um hospital militar no Cairo, ainda que tecnicamente seja livre, afirmou seu advogado, enquanto os meios estatais indicaram que sua eventual liberação dependia de uma nova decisão da justiça.