A poderosa milícia xiita huthi, que deseja estender sua presença e influência no Iêmen, segue presente na capital nesta quinta-feira, apesar de ter feito um acordo no dia anterior com o presidente do país para sua saída de Sanaa em troca de importantes concessões políticas.
Mesmo com o acordo feito com o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, que incluía sua retirada de vários setores da capital e a libertação do chefe de gabinete presidencial, a milícia Ansarualah não se moveu das ruas de Sanaa e este responsável continua detido.
O presidente e os milicianos acordaram nesta quarta-feira normalizar a situação em Sanaa, onde pelo menos 34 pessoas morreram e 94 ficaram feridas entre segunda e terça-feira, em troco de aumentar consideravelmente o poder da milícia na nova Constituição.
No entanto, a tensão era palpável em vários bairros da capital apesar do fim dos combates. Fora de Sanaa, uma fonte tribal sunita informou que a milícia xiita armou armado uma emboscada na província de Marib, ao leste da capital do Iêmen, na qual mataram dois homens sunitas.
O chefe dos huthis, Abdel Malek Al Huthi, havia ameaçado no dia 4 de janeiro lançar uma ofensiva sobre esta província rica em petróleo e gás, que os milicianos almejam desde sua conquista da capital em setembro.
Mas as tribos desta região, onde a Al-Qaeda também está implantada, asseguram que se opõem pela força e que já receberam reforços de outras tribos também sunitas.
A emboscada, na qual outras seis pessoas das tribos sunitas ficaram feridas, aconteceu na região de Nakil Al Watada, na fronteira entre Sanaa e Marib.
A mesma fonte mencionou baixas entre os milicianos xiitas, sem poder precisar um número. No acordo firmado entre a milícia e o dirigente do Iêmen, a situação de segurança de Marib também foi mencionada.
No pacto, de nove tópicos, se recomenda confiar a uma comissão interministerial a avaliação da situação em Marib para serem tomadas medidas que diminuam a tensão na região.