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Barack Obama, em discurso anual: 'Vamos continuar a caçar terroristas'

Segundo o democrata, a reaproximação com Cuba tem potencial para encerrar 50 anos de desconfiança: "Por isso, esse Congresso precisa começar a pôr fim ao embargo"



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu apoio dos parlamentares para aprovar resolução que autorize uso de força contra o Estado Islâmico. "Podemos combinar um forte poderio militar com diplomacia. Vamos continuar a caçar terroristas", prometeu, em meio a intensos aplausos, durante o discurso do "Estado da União" no Congresso norte-americano, na noite dessa terça-feira (20/1). O democrata falou por uma hora e fez um apelo com relação à política externa antiterrorismo:"Peço ao Congresso que mostre como estamos unidos".

Ainda sobre as relações exteriores, de acordo com Obama, a reaproximação com Cuba tem o potencial para encerrar 50 anos de desconfiança. "Por isso, esse Congresso precisa começar a pôr fim ao embargo", pediu. O presidente também anunciou a presença de Alan Gross, um americano que passou 15 anos detido na ilha.

Obama reforçou que os Estados Unidos superaram as dificuldades econômicas da recessão e os anos de guerra: "Se passaram quinze anos deste novo século, quinze anos que começaram com um ataque terrorista em nossas costas que criaram duas guerras, longas e custosas, e que viram uma selvagem recessão que se expandiu pelo país e o mundo, mas esta noite viramos a página".

O presidente destacou que, pela primeira vez desde 11 de setembro de 2001, os EUA podem dizer que a guerra no Afeganistão chegou ao fim. Em tom otimista, disse que cabe aos americanos "escolher o que virá nos próximos 15 anos e nas décadas seguintes". Ele prometeu usar todo o poder para deter ameaças e expôs uma checklist de propostas.

Tratou com prioridade a desigualdade de renda e as dificuldades econômicas da classe média. Alguns dos investimentos prioritários seriam o ensino superior gratuito, melhorar o acesso a internet de alta velocidade, e expandir a licença remunerada para trabalhadores. "Vamos fazer mais para aumentar a ligação entre trabalho duro e crescimento de oportunidades para todos os americanos", disse.

Economia
Obama anunciou que os EUA geraram 11 milhões de empregos em 2014 e afirmou que o país em liderança mundial em energia eólica. "Não podemos desacelerar negócios ou colocar famílias em risco tomando delas os seguros-saúde", declarou. O democrata ressaltou a importância de valorizar a classe média. Segundo ele, trata-se de "ajudar as pessoas a se sentirem mais seguras em um mundo em constante mudança".

A preocupação com a ascensão econômica da China também foi latente. Obama comentou que é hora de os Estados Unidos ditarem as regras do comércio mundial. Em relação à tecnologia, defendeu a internet livre e confidenciou que espera que os Estados Unidos liderem as grandes descobertas. O tom conciliatório esteve presente durante vários momentos do discurso.

Prioridades
Ele assegurou que a atenção à criança será tratada como assunto de prioridade nacional. E pediu ao Congresso que aprove lei igualando os salários de homens e mulheres por um mesmo trabalho. "Estamos em 2015. É hora", cobrou, em meio a aplausos.

No segundo tópico de prioridades, Obama citou a educação. O presidente acredita ser necessário "fazer mais" para reforçar a capacitação dos norte-americanos. "Estou enviando ao Congresso um plano para reduzir a zero o custo dos colégios nas comunidades", disse Obama. "Colégios comunitários gratuitos são algo possível", acrescentou. Segundo ele, desde 2010, os EUA colocaram de volta ao mercado de trabalho mais do que Japão e Europa juntos. O mandatário explicou que valorizar a classe média possibilita construir uma economia mais sólida do que nunca.