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Morte de Archer refoça necessidade de reformulação de política sobre drogas

"Os países que acreditam que podem ser totalmente livres de drogas são os mais autoritários", de acordo com especialista

postado em 20/01/2015 16:21
Marco Archer executado pelo crime de tráfico de droga na Indonésia
A notícia sobre a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, e de outras cinco pessoas condenadas à morte por tráfico de drogas na Indonésia chamou atenção de organizações da sociedade civil e de representantes de Estados membros das Nações Unidas, reunidos em Nova York para debater alternativas às atuais políticas antidrogas. O processo de discussões, formalmente iniciado por uma declaração de 2009, deve apresentar uma série de proposições para combater o problema das drogas durante uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU do próximo ano, batizada de Ungass.



O caso de Archer foi considerado um exemplo da "necessidade de reformulação das políticas sobre drogas" e do estabelecimento de "regras mínimas de direitos humanos para a aplicação das regras atuais", explicou ao Correio Aldo Zaiden, psicanalista e diretor de relações institucionais da Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas, que reúne 26 grupos, entre organizações de saúde, justiça penal, combate à tortura, saúde coletiva e mental.

"A discussão parte do fato de que a força e a proibição não evitam o acesso, a produção e a circulação de drogas", afirma. Ao contrário do Uruguai e de alguns estados dos EUA, que aprovaram a legalização da maconha, o Brasil se limita a apoiar discussões sobre o tema e defender medidas que garantam os direitos humanos. "O Brasil apoia o debate, mas não há discussão no governo sobre regulação do mercado", diz.

Segundo Zaiden, "os países que acreditam que podem ser totalmente livres de drogas são os mais autoritários", como é o caso da Indonésia. "A Colômbia, a Guatemala, o México, países muito afetados pela violência, querem uma nova abordagem", explica, ressaltando a pressão que países latino-americanos profundamente afetados pelo tráfico a favor de uma reinterpretação das atuais convenções internacionais sobre drogas.

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