Cairo, Egito - O presidente Abdel Fatah al-Sissi defendeu nesta terça-feira (20/1) o Egito em relação aos direitos humanos, mas admitiu "violações" desses direitos por parte da polícia, justificadas pelas "circunstâncias excepcionais" do país, frequentemente atingido por ataques jihadistas.
[SAIBAMAIS]Desde que destituiu e prendeu o presidente islâmico Mohamed Mursi em julho de 2013, o ex-chefe do exército, que assumiu a presidência em maio 2014, é acusado por seus detratores de ter estabelecido um regime autoritário e eliminado toda a oposição. "Ninguém é contra os direitos humanos", mas "quero dizer que o Egito vive uma situação excepcional", declarou Sissi, por ocasião da festa da polícia, poucos dias antes do quarto aniversário da revolta popular que derrubou Hosni Mubarak em 2011.
Dirigindo-se aos policiais, o presidente admitiu que há violações dos direitos humanos, que não são admissíveis. Contudo, Sissi defendeu as operações das forças de segurança no norte do Sinai, cenário de ataques por parte de grupos que afirmam agir em retaliação à repressão sofrida por partidários do presidente Mursi.
O presidente declarou que em pouco mais de um ano, 208 pessoas foram mortas por ter "levantado uma arma contra a polícia ou o exército." Pelo menos 1.400 partidários de Mursi foram mortos na repressão lançada pelas autoridades após a destituição do presidente. Mais de 15.000 simpatizantes deste último foram presos, e centenas foram condenados à morte em julgamentos coletivos.