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Arábia Saudita realiza sua décima decapitação do ano, informa ministério

Murdi al-Shakra foi condenado por atirar com uma arma automática contra outro membro de sua tribo

Riade- Um saudita condenado por matar a tiros um compatriota foi decapitado nesta sexta-feira (16/1) na Arábia Saudita, informou o ministério do Interior, o que eleva a dez o número de execuções realizadas em apenas duas semanas.

[SAIBAMAIS]Murdi al-Shakra foi condenado por atirar com uma arma automática contra outro membro de sua tribo, Faraj al-Shakra, segundo indicou o ministério em comunicado divulgado pela agência Spa. Esta decapitação ocorre no momento em que Riade decidiu adiar, por "razões médicas", a flagelação do blogueiro saudita Raef Badawi, agendada para esta sexta-feira.

Badawi, condenado por "insultar o Islã", foi condenado no dia 9 de janeiro as suas primeiras 50 chicotadas de uma sentença de 1.000 golpes, distribuídos por 20 semanas. Seu caso provocou um clamor internacional e chamou a atenção para a rigidez com que o reino ultraconservador aplica a sharia, a lei islâmica.



Em 2014, a Arábia Saudita executou 87 pessoas condenadas à morte. Em 2013 foram 78, de acordo com contas da AFP. Segundo um relatório da Anistia Internacional, o reino realizou o terceiro maior número de execuções no mundo em 2014, atrás do Irã e do Iraque. Estupro, assassinato, apostasia, assalto à mão armada e tráfico de drogas são puníveis com a morte no reino.