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Duas jovens italianas que foram sequestradas na Síria voltam a Roma

As duas jovens mulheres, originárias da Lombardia (norte), desapareceram no dia 31 de julho perto de Aleppo, no norte da Síria

As duas jovens trabalhadoras humanitárias italianas sequestradas no verão passado (do hemisfério norte) no norte da Síria e libertadas na quinta-feira chegaram nesta sexta-feira a Roma, constatou um jornalista da AFP.

O avião que transportou Greta Ramelli, de 20 anos, e Vanessa Marzullo, de 21, a partir da Turquia, pousou no aeroporto militar de Ciampino, perto da capital italiana, por volta das 04h00 locais (01h00 de Brasília).

Recebidas pelo ministro das Relações Exteriores italiano, Paolo Gentiloni, e na ausência de seus familiares, as duas mulheres desembarcaram do avião sem festa.

Mostrando sorrisos pálidos, cumprimentaram o ministro e entraram no hall do aeroporto sem dizer nenhuma palavra ou fazer o menor gesto em direção à imprensa.

Posteriormente serão levadas a um hospital para passar por um check-up e serão ouvidas durante o dia pela promotoria antiterrorista de Roma, que abriu uma investigação sobre seu sequestro.

As duas jovens mulheres, originárias da Lombardia (norte), desapareceram no dia 31 de julho perto de Aleppo, no norte da Síria, onde chegaram três dias antes provenientes da Turquia, após uma primeira estadia em fevereiro, para participar de um projeto humanitário.

Dezenas de voluntários estrangeiros e jornalistas, assim como um jesuíta italiano, Paolo Dall;Oglio, foram sequestrados no conflito sírio.

"Vanessa Marzullo e Greta Ramelli foram libertadas, estão prestes a retornar à Itália", havia anunciado na quinta-feira em um tuíte o Palácio Chigi, sede do governo.

As voluntárias, de 20 e 21 anos, trabalhavam para a organização humanitária Horryaty, que ajuda crianças doentes e distribui medicamentos junto com as equipes de saúde da Síria.



"Foi o resultado de um intenso trabalho de equipe", comentou em outro tuíte a chancelaria italiana. As duas voluntárias apareciam em um vídeo divulgado em 31 de dezembro no qual pediam, vestidas e cobertas com véu negro, que seu governo tentasse libertá-las, o que foi considerado uma prova de que estavam vivas e um sinal de abertura de negociações.

Muitos representantes das forças políticas manifestaram sua satisfação pela libertação das jovens, consideradas pouco experientes.