Manila- O papa Francisco entrou nesta quinta-feira (15/1) no debate sobre a liberdade de expressão que tem se intensificado desde o ataque contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, considerando que este "direito fundamental" não autoriza insultar ou debochar da religião de outras pessoas.
Os comentários do Papa foram feitos a bordo do avião que o levava de Sri Lanka às Filipinas e se referiam aos ataques jihadistas contra a Charlie Hebdo, quando 12 pessoas foram mortas. Sobre o ataque, Francisco disse que "matar em nome de Deus" é uma "aberração". Mas a liberdade de expressão não autoriza tudo e deve ser exercida "sem ofender", insistiu.
Tudo isso cria um quebra-cabeças e preocupações para os serviços de segurança: risco de avalanches humanas e de eventuais atentados islamitas. Mais de 40.000 soldados e policiais foram mobilizados a partir desta quinta-feira e durante cinco dias para garantir a segurança do Papa neste arquipélago, no qual dois Sumos Pontífices, Paulo VI e João Paulo II, foram alvos de tentativas de assassinato.
"Neste ano, isso representará nosso maior pesadelo", comentou o comandante-chefe do exército filipino, general Gregorio Catapang, enquanto preparava suas tropas. Para as autoridades, o controle das multidões representa a maior preocupação. O presidente Benigno Aquino suplicou aos filipinos que mantenham a calma e evitem criar tumultos que possam colocar em perigo a segurança do Papa. "Pergunto a vocês, vocês querem que uma tragédia que envolva o Papa ocorra nas Filipinas e entre para a história?", lançou.